São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996
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Calabi deve deixar o governo em 30 dias

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário-executivo do Planejamento, Andrea Calabi, vai deixar o governo em cerca de 30 dias, assim que for enviado ao Congresso o Orçamento de 97.
Ele pode voltar a integrar a equipe do presidente Fernando Henrique Cardoso depois das eleições de outubro, no comando de um ministério ou de uma estatal.
A Folha apurou que FHC disse a Calabi que ele entraria em férias prolongadas em setembro, para depois retornar ao governo.
O substituto de Calabi já está escolhido por Kandir. Será o atual chefe da assessoria econômica do Planejamento, Marthus Tavares.
O economista Amaury Bier, por sua vez, entra no lugar de Tavares na assessoria econômica. Bier trabalhou com o atual ministro quando ele foi secretário especial de Política Econômica do governo Fernando Collor (90-92).
"Tinha um avião em vôo, e um novo ministro entrava. Permaneci no governo porque era preciso manter a velocidade de cruzeiro", disse Calabi.
Ele afirmou que deixa o Planejamento após fazer a "transição" de Serra para Kandir, sobretudo com a elaboração do projeto orçamentário de 97.
Ontem, Kandir disse que "não há nenhum mal-estar" no governo devido à saída de Calabi. "Quando entrei no governo, houve um entendimento entre mim, o presidente e o próprio de que ele (Calabi) ficaria o tempo necessário para a transição", afirmou Kandir.
Sobre o sucessor de Calabi, Marthus Tavares, o ministro não economizou elogios: "É um técnico bastante conhecido. Trabalhou comigo quando fui secretário de Política Econômica. Ele tem muita experiência na área".
Calabi estava disposto a deixar o cargo junto com Serra, pois ficou decepcionado ao tomar conhecimento de que não seria o novo ministro do Planejamento.
Foi preciso um apelo de FHC para que ele continuasse no ministério. A expectativa do Palácio do Planalto era que Calabi permanecesse no cargo até outubro. Alegando cansaço, ele preferiu antecipar a saída. "Não houve brigas. Continuo com um bom relacionamento com o presidente."

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