São Paulo, sábado, 3 de agosto de 1996 |
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Ciclo na USP revisita a Marguerite Duras cineasta
MARCELO REZENDE
O ciclo dedicado à escritora e cineasta francesa que se inicia na próxima segunda-feira, na USP, mostra que, mais do que uma exigência lógica (a agitação cinematográfica contra a morosidade da escrita), Duras procurava o equilíbrio entre os dois meios. Ela pretendia "escrever em uma tela". Duras, que morreu em em março deste ano, aos 81 anos, é autora de 36 livros -entre romances e ensaios- e 12 longas-metragens. Desse total, quatro serão exibidos com entrada gratuita no CINUSP. A mostra terá ainda documentários sobre sua obra e dois filmes com roteiros escritos por ela. Apesar de uma certa prolixidade, foi em "O Amante"-suas memórias de garota pobre apaixonada por um chinês na Indochina- que seu nome se projetou além dos limites da cultura francesa. Duras nunca filmou sua obra mais célebre (a tarefa terminou nas mãos do cineasta Jean-Jacques Annaud), mas começou no cinema com uma disfarçada versão de seu intenso caso amoroso: o roteiro de "Hiroshima Mon Amour" (1960), de Alain Resnais. O ciclo se inicia com "Nathalie Granger" (1972), sobre uma menina-problema que passa a ser suspeita de uma série de assassinatos em uma pequena cidade. Depois serão mostrados "L'Homme Atlantique" (1981), "Le Camion" (1977), "Agatha et Les Lectures Illimites" (1981) e "Les Enfant" (1984), em que um garoto de 7 anos de idade é interpretado por um homem de 40 anos. Um menino que se recusa a ir para a escola porque naquele lugar "só se ensina aquilo que não sabemos". Dois documentários de seu companheiro, BenoŒt Jacquot -"La Mort du Jeune Aviateur Anglais" (1993) e "Ecrire" (1993), inéditos no Brasil-, farão parte do ciclo. Na próxima quinta acontecerá um debate com a presença de Jean-Claude Bernardet, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, Leila Perrone Moisés, do Departamento de Letras Modernas da USP, e, ainda, Pierre Clemens, mestre em filosofia e amigo pessoal de Marguerite Duras. Evento: Mostra Marguerite Duras Onde: CINUSP (r. do Anfiteatro, 181 -Favo 4- Colméia; Cidade Universitária. tel. 818-3540). Quando: a partir de segunda-feira Quanto: entrada grátis Texto Anterior: TRECHOS Próximo Texto: Artista expõe roupa suja na Pinacoteca Índice |
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