São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Ato reúne ex-presos políticos

Prédio do Dops é demolido em Recife

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O prédio do extinto Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) em Recife, pelo qual passaram quase todos os presos políticos de Pernambuco nos períodos de exceção no Brasil, começou a ser demolido.
Armados de picaretas e marretas, ex-presos políticos e integrantes de entidades de defesa dos direitos humanos iniciariam anteontem a derrubada do prédio, considerado por eles "a última masmorra política" do Estado.
As primeiras marretadas foram deles. O restante da demolição ficará a cargo de trabalhadores contratados.
No ato, foi feito um minuto de silêncio em homenagem a dois militantes de esquerda que, segundo o grupo "Tortura Nunca Mais" de Pernambuco, morreram sob tortura no local.
São eles: Odijas Carvalho de Souza, morto em fevereiro de 1971, e Anatália de Souza Alves Melo, morta em janeiro de 1973. Os dois eram integrantes do PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário).
Seus nomes constam da lista de 222 mortos e desaparecidos políticos até agora reconhecidos pelo Estado, cujas famílias terão direito a indenização.
O Dops foi um dos instrumentos do Estado que combateram as organizações de esquerda no período ditatorial de Getúlio Vargas (o Estado Novo, 1937-45) e durante o regime militar (1964-85).

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