São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Doente faz 'vaquinha' e vende a TV e o vídeo

DA REPORTAGEM LOCAL

No início do ano, Marcos Durval Galvani, 29, vendeu sua TV e seu videocassete para comprar os remédios que formam o "coquetel".
Marcos trabalha em produção de publicidade e recebe por mês cerca de R$ 600. "Quando comecei a tomar o coquetel, gastei R$ 580 com os remédios. Meu salário não dava."
Marcos descobriu ser portador do vírus HIV -que causa a Aids- há sete anos, mas há três começou a manifestar a doença. Teve tuberculose, pneumonia, infecções no estômago e no olho.
No início do ano, começou a piorar, e o médico receitou o coquetel. Além dos antivirais que já tomava e recebia gratuitamente, Marcos teria que misturar um inibidor de protease (saquinavir).
O problema é que essa droga não é distribuída pelo governo. "Tive que me virar para comprar o remédio."
No segundo mês de tratamento com o remédio, ele recebeu doações de amigos e este mês conseguiu uma liminar que obriga o governo a fornecer todos os remédios.
Mas a dificuldade para conseguir o remédio compensou. "Melhorei muito. Antes me sentia cansado o tempo todo. Agora tenho muito mais disposição para trabalhar."

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