São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996 |
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Nascimentos de alto risco são 45% no país
NELSON DE SÁ
Os nascimentos com risco elevado de mortalidade abrangem: mulheres tendo filhos antes dos 18 e depois dos 35 anos ou que têm mais de quatro filhos ou cujo último filho nasceu há menos de 24 meses. Também nos últimos cinco anos, porém, a chamada atenção pré-natal por médico cresceu de 74% para 85,2%, e os nascimentos em instituição de saúde cresceram de 80,5% para 91%. Os dados são da Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde DHS3, realizada pela Bemfam (Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil), com apoio do IBGE e do Ministério da Saúde. Obtidos com exclusividade pela Folha, os dados são estimativas preliminares, baseadas em 70% das informações coletadas, para apresentação em reunião mundial da Unicef, em setembro. O relatório completo sai em dezembro. Aprofundar dados A pesquisa reproduz -de maneira ampliada- uma outra feita pela Bemfam há dez anos e de grande impacto, pela abrangência nacional e pelos dados positivos que levantou, por exemplo, quanto à mortalidade infantil. Os dados seguem positivos desta vez, mas é o contraste que chama a atenção de Rita Badiani, coordenadora-geral da pesquisa. "Comparando com 1986, há algumas melhoras, mas a situação ainda é bastante séria", diz ela. "Não adianta nada você ter, por exemplo, um nível de contracepção de 76,2% e ainda ter 45% dos nascimentos com risco elevado de mortalidade, como nos últimos cinco anos." O nível de contracepção a que ela se refere é a proporção de brasileiras que usam métodos anticoncepcionais, que subiu de 65,8%, apurados há dez anos, para 76,2%, na atual pesquisa. Quanto aos nascimentos com risco de mortalidade, também chamados "risco reprodutivo", ela ressalva que "gostaria de aprofundar um pouco os dados", para "não passar nada de alarmante". O médico José Formiga, responsável pela área no Ministério da Saúde, acrescenta que o risco reprodutivo está crescendo "no mundo inteiro". "Há um aumento da gestação na adolescência e também acima dos 35 anos, por uma questão de mudança do comportamento", diz. Ele afirma que as taxas são crescentes, ainda que não seja possível uma comparação direta, já que o risco reprodutivo não foi medido antes de forma tão abrangente. E observa: "Nós temos hoje em torno de 1% dos partos abaixo de 15 anos". Texto Anterior: Doente faz 'vaquinha' e vende a TV e o vídeo Próximo Texto: Assistência ruim à mulher explica índice Índice |
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