São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996 |
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Brasil faz teste que mede HIV no sangue
JAIRO BOUER
A carga viral é considerada hoje como um dos parâmetros mais importantes para prever como a Aids vai evoluir no organismo e para checar a eficácia das drogas usadas no combate ao HIV. Até o final do ano passado, os laboratórios brasileiros colhiam o sangue e enviavam as amostras para os Estados Unidos. No laboratório Fleury, por exemplo, o exame enviado para a Clínica Nichols (na Califórnia) demora quinze dias corridos e custa R$ 429,20. O exame feito no Brasil vai possibilitar resultados mais rápidos, custos mais baixos e uma redução de fatores que podem interferir com a dosagem. O RNA (material genético) do vírus HIV é muito lábil, isto é se "desmancha" com facilidade. Muitas etapas -colheita no Brasil, congelamento por várias horas, transporte até os EUA- podem introduzir variáveis que alteram os resultados. Existem várias técnicas para se dosar a carga viral. A única aprovada pela FDA, órgão de controle norte-americano, é o PCR (reação em cadeia de polimerase), da indústria Roche. Brasil O laboratório Hermes Pardini, de Belo Horizonte (MG), começou a empregar o teste de PCR da Roche em setembro de 95. O custo do exame hoje é de R$ 301. O laboratório Bioquímico Jardim Paulista, de São Paulo, realiza o teste NASBA ao custo de R$ 400. A sensibilidade do método é muito próxima à do PCR. O próprio laboratório Fleury começaria a fazer o exame de PCR na última quinta-feira. O resultado vai demorar dez dias e o preço do exame não estava definido até 30 de junho. Carga viral A carga viral passou a ser considerada recentemente como o controle mais confiável para os pacientes com HIV. Estudos apresentados pelo especialista David Ho, na Conferência Mundial da Aids, no início de julho, mostraram que 62% dos pacientes com carga viral alta desenvolvem a doença em cinco anos. Apenas 8% dos pacientes com carga viral baixa desenvolvem Aids no mesmo período, segundo resultados apresentados em Vancouver. Onde encontrar: Bioquímico Jardim Paulista, tel. (011) 885-7955; Fleury, tel. (011) 284-0822; Hermes Pardini, tel. (031) 223-3966 Texto Anterior: Agulha não fura persas finos Próximo Texto: Terapia com 1 só remédio é condenada por médicos Índice |
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