São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996 |
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'União pode durar se for reciclada '
HENRIQUE FERRARI
A opção por um casamento "sem contrato" aconteceu depois de quatro anos de namoro. "Contrato é algo que se faz quando não se conhece ou quando se desconfia de alguém. Não acho que isso se aplique a uma união entre duas pessoas que se amam", diz Débora. Na opinião de Márcio, não existe diferença entre estar casado e morar junto. "Nós estamos casados. Apenas não optamos por um casamento burocrático." Os dois dizem acreditar que a união entre um homem e uma mulher pode durar para sempre. "Muita gente acha que as pessoas que não se casam oficialmente não pensam em viver juntas para sempre. Isto não é verdade", afirma Márcio. Para Débora, a união pode durar, desde que ela seja reciclada constantemente. "Permanecer unidos é uma escolha que deve ser tomada todos os dias." * O que é importante Débora-O principal é o diálogo. A relação tem de ter muito companheirismo e honestidade. O sexo é importantíssimo, mas não é tudo. Quando os outros aspectos da vida em comum não vão bem, o sexo fica prejudicado. Márcio-Além do amor, compreensão, paciência e fidelidade são fundamentais. Problemas Débora-Quando se vive junto, às vezes é difícil enxergar as necessidades do companheiro, por ele estar muito perto. A visão do outro fica um pouco desfocada. Márcio-É preciso saber lidar com o cotidiano para não deixá-lo desgastar o casamento. Tarefas Débora-A divisão de tarefas não funciona. Ele ajuda, mas sou eu quem acaba se preocupando mais com os afazeres da casa. Márcio-Às vezes lavo a louça ou faço o jantar. Ajudo mais do que a maioria dos homens. Dinheiro Débora-Não há uma divisão rígida entre o que é meu e o que é dele. Isso não nos preocupa. Márcio-Temos uma espécie de caixa único, embora nossas contas bancárias sejam diferentes. Filhos Débora-Quero ter dois. Márcio-Estamos programando para daqui a uns dois anos. Texto Anterior: Sociólogo aposta em melhorias Próximo Texto: Florianópolis é a capital das separações Índice |
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