São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Florianópolis é a capital das separações

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise no casamento não é uma regra para todo o Brasil. Há Estados em que as separações estão em alta, como Minas Gerais, e outros em que elas estão em queda, como Pernambuco.
Também na hora de escolher o noivo, os brasileiros e brasileiras têm gostos e hábitos diferentes, dependendo de onde moram. Os casos mais extremos são Rio Grande do Sul e Rondônia.
As gaúchas são as mais "bairristas": 90% casam-se com gaúchos. As poucas que vão para o altar com homens de outros Estados revelam preferências regionais: 65% de seus noivos são paranaenses ou catarinenses.
No extremo oposto, estão as mulheres de Rondônia. Elas são as únicas no país que dão preferência a um grupo específico de "forasteiros" do que aos conterrâneos: 22,4% casam-se com paranaenses e só 22,1%, com rondonienses.
Quem separa mais
Até em relação à vida conjugal os contrastes no Brasil são dramáticos. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, há 22 vezes mais separações em relação ao número de casamentos do que no Amazonas.
O ranking das separações montado pela Folha a partir das Estatísticas do Registro Civil de 90 e 94 (IBGE) mostra que os maiores Estados da região Norte e quase todos os Estados nordestinos têm baixas taxas de separação.
Para cada 100 casamentos realizados, o número de separações no mesmo ano não ultrapassa 5 nessas unidades da federação.
A única exceção do Nordeste é Sergipe, cuja taxa é igual à média do país: 11 separações para 100 casamentos.
Entre os Estados com maiores taxas de separação, aparecem lugares tão distintos quanto Mato Grosso do Sul e Roraima, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Nem os demógrafos, especialistas no assunto, arriscam explicações mais elaboradas para essas discrepâncias regionais. A única tendência clara é que os comportamentos estão mudando.
Curiosamente, o Norte e o Nordeste, que agora apresentam as mais baixas taxas de separação do país, são as regiões campeãs em número de separados -fruto, provavelmente, de uma tendência oposta no passado.
Nesse ritmo, talvez em alguns anos o país elimine os contrastes regionais -ao menos nessa área.

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