São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Argentina terá 13 zonas francas em 96

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

A Argentina deve chegar ao final de 1996 com 13 zonas francas formalmente instaladas. Outras 13 entrarão em processo de licitação nos próximos anos.
Uma lei aprovada em 94 permite a criação de uma zona franca em cada província, além de outras quatro em regiões de fronteira.
As novas zonas serão administradas por concessionários privados, que terão um prazo de 15 anos para recuperar os investimentos feitos em infra-estrutura.
Três das 22 províncias já concluíram o processo de licitação: Buenos Aires (Zona Franca de La Plata), San Luís (Justo Daract) e Santa Cruz (Rio Gallegos e Caleta Olívia). Em outras sete, o resultado deve sair nos próximos 90 dias.
A zona franca mais antiga do país é a da província da Terra do Fogo, criada em 1972, onde estão instaladas várias indústrias do setor de eletrodomésticos.
O empreendimento está sendo explorado pelo grupo empresarial Ricardo Bibiloni, que também ganhou a licitação de Justo Daract.
Investimentos
Em troca da concessão por 25 anos, o grupo se comprometeu a investir US$ 17 milhões em infra-estrutura nos próximos cinco anos. Outros US$ 93 milhões devem ser investidos até o final do prazo de exploração.
A estimativa de faturamento anual é de US$ 25 milhões. Cerca de 2.500 empregos devem ser gerados nas empresas que arrendarem terrenos e instalações no local.
O grupo concessionário já recebeu cerca de 200 projetos de instalação, a maioria de pequenas e médias empresas.
Entre as indústrias listadas há grande quantidade de metalúrgicas, frigoríficos e curtumes.
Enquanto La Plata recebe investimentos, a Zona Franca da Terra do Fogo vive em crise desde o ano passado, quando a economia argentina entrou em recessão graças ao chamado "efeito-tequila" -como foram chamados os reflexos da crise mexicana nos mercados internacionais.
A situação piorou com a ameaça do Brasil de taxar os produtos da região como se fossem elaborados fora do Mercosul. A ameaça foi feita pela então ministra da Indústria e Comércio, Dorothea Werneck, que pretendia proteger a indústria local da "invasão" de eletrodomésticos argentinos.
Temendo ter de pagar alíquotas maiores, os importadores brasileiros reduziram ou cancelaram suas encomendas. A fábrica Aurora-Grundig, uma das mais afetadas pela medida, exportou apenas a metade do que previa para o mercado brasileiro.

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