São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996 |
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Até 98, dez carros vão para o museu
ARTHUR PEREIRA FILHO
O Monza, da General Motors, é um desses. Lançado no Brasil há 14 anos, e carro mais vendido em 86 (82 mil unidades), deixa de ser produzido no mês que vem. A fábrica já não vende mais o modelo para sua rede de concessionárias desde maio. Mantém a produção apenas para atender compromissos de exportação com países da América do Sul. O Fusca, da Volkswagen, ressuscitado pelo ex-presidente Itamar Franco, agora desapareceu de vez: a linha de montagem foi paralisada no final de junho. No último mês de produção, o carro, que começou a ser fabricado no Brasil em 1959, ainda conseguiu ser o 13º mais vendido (1.122). Carro mundial O Fusca e o Monza não vão ficar sozinhos na lista dos "desaparecidos". Dos vinte carros mais vendidos em junho, apenas sete devem garantir presença no mercado: Gol, Corsa, Palio, Fiesta, Vectra, Escort e Omega. Desses modelos, o Gol, da Volkswagen, é uma exceção: não faz parte da linha de carros mundiais (veículos da era da globalização, produzidos simultaneamente em diversos países). Os "carros híbridos" da Autolatina (modelos desenvolvidos em conjunto pela Ford e Volkswagen no final dos anos 80 e início da década de 90) também estão à beira da extinção. Ciclo de vida As montadoras não falam sobre os planos de aposentadoria para seus modelos, temendo a queda antecipada de vendas. Mas, com o surgimento dos carros mundiais e o aumento da concorrência, a tendência é acelerar o desaparecimento de modelos. "A idade média dos modelos produzidos no Brasil continua muito alta", diz José Roberto Ferro, professor da Fundação Getúlio Vargas e coordenador brasileiro do International Motor Vehicle Program, do MIT. "Nos maiores centros, o ciclo é de quatro a cinco anos." A Fiat é a empresa que faz menos segredo. Giovanni Razelli, superintendente da montadora, anunciou que o Tipo, produzido no Brasil a partir deste ano, tem no máximo dois anos de vida. O prazo pode ser ainda mais curto. O sucessor do Tipo, o Palio sedã, produzido na Argentina, estará no mercado no início de 97. O Tempra também tem os dias contados. A Fiat já anunciou que vai produzir no Brasil, a partir de 98, um carro mundial para substituí-lo. Texto Anterior: Valor a ser devolvido sobe no Real e atinge R$ 7,11 bi Próximo Texto: Carro nacional tem 'design' desatualizado Índice |
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