São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Por que taxas são diferentes

DA REDAÇÃO

Números sobre desemprego costumam causar estranheza porque as taxas anunciadas por diferentes órgãos variam muito.
A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo estava em torno de 7% em junho, segundo o IBGE, ao passo que o Seade-Dieese chegou a 16,2%.
Diferenças de metodologia explicam o aparente disparate.
A começar pela idade dos brasileiros que podem entrar na PEA (População Economicamente Ativa). O IBGE considera pessoas com 15 anos ou mais. Na pesquisa Seade-Dieese o limite é 10 anos.
O conceito de desempregado é mais amplo na Seade-Dieese do que no IBGE. Além do desemprego aberto -alguém que perdeu o emprego e está procurando outro-, a Seade-Dieese trabalha com desemprego oculto por trabalho precário (ex.: demitido há seis meses faz "bicos" eventuais para sobreviver) e por desalento (desistiu de procurar emprego, embora precise trabalhar).
O IBGE trabalha apenas com o conceito de desemprego aberto. Desempregado é quem trabalhava, foi demitido ou se demitiu, procurou emprego na última semana (da pesquisa) e não achou. Na Seade-Dieese, indaga-se se procurou trabalho nos últimos 30 dias.
Pedro Paulo Martoni Branco, da Seade, diz que não há incompatibilidade entre os resultados dos dois órgãos. Se o IBGE, com seus dados, trabalhar com os conceitos da Seade-Dieese, chega a números próximos. E vice-versa. Ele defende o método da Seade-Dieese porque retrata melhor o mercado de trabalho, subsidiando políticas públicas de geração de emprego.

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