São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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O dia-a-dia das telenovelas

ESTHER HAMBURGER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Pouco se fala respeitosamente de telenovela, um gênero que como diz Rose Calza, é "malvisto" pela elite pensante. Muito do discurso em torno do mais popular e bastante lucrativo produto da indústria cultural brasileira fica aprisionado em polaridades empobrecedoras. O gênero é por princípio bom ou ruim, alienante ou libertador, artístico ou meramente comercial.
O desafio de extravasar os limites estreitos desse registro de conteúdo ideológico é o de pensar sinergias absolutamente inusitadas -muitas vezes com consequências perversas- entre a telenovela e mudanças sociais das quais faz parte.
Fazer telenovela requer uma técnica complexa e exaustiva. E no caso deste produto cultural "sui generis" que resulta da confluência da criação e pressão de inúmeras pessoas e instituições, não há muito o que desvendar sem levar em conta os mecanismos que garantem uma certa interatividade, bastante desigual.
O livro de Rose Calza contribui para preencher esta lacuna na medida em que descreve a rotina de fazer uma novela, da sinopse ao último capítulo. Combinando sua experiência de roteirista de novelas com a de professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), a autora descreve as convenções básicas de um roteiro, passando pelas trilhas, escaletas, capítulos, ganchos, blocos etc... O livro, de leitura fácil, é útil para estudiosos, fãs e candidatos a roteiristas.

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