São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Segurança e atendimento às vítimas são precários

DA REPORTAGEM LOCAL; DA "NEW SCIENTIST"

Além da dificuldade de serem rastreados pelos serviços de segurança, os bioterroristas podem ser letalmente eficazes por outro motivo: a falta de estrutura médica em caso de ataque.
Mesmo nos EUA, os órgãos que devem intervir em caso de catástrofes -como terremotos e enchentes- não estão preparados para tratar as vítimas.
Depoimentos recolhidos pelo Senado norte-americano mostram que no país mais rico do mundo não há infra-estrutura pública para lidar com as consequências médicas do terrorismo biológico.
Em julho deste ano, o presidente Bill Clinton lançou um programa de estudos para elaborar e implementar, em dois anos, medidas para lidar com o terrorismo informático e biológico.
Ataques variados
"O cenário muda, dependendo do agente utilizado no ataque", diz Philip Russell, ex-chefe do departamento de pesquisa médica do Exército dos EUA.
Russell agora é presidente da Fundação Sabin, que pesquisa e promove o uso de vacinas.
"A peste é diferente da varíola. Precisaríamos de especialistas para analisar os diferentes cenários e para pensar o que poderia ser feito além de contar os corpos", diz.
Segundo Russell, seriam necessários planos para assegurar uma ampla distribuição de antibióticos. Os grupos de socorro precisariam ser muito bem treinados e equipados. Isso ainda não existe.
Enquanto isso, a possibilidade de um teco-teco espalhar alguns quilos de antraz permanece aberta. Numa cidade como Washington, capital dos EUA, alguns minutos de vôo, dependendo das condições de tempo, podem espalhar bactérias que podem matar de 130 mil a 3 milhões de pessoas.

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