São Paulo, domingo, 4 de agosto de 1996
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Maluf acampa no Congresso

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Ganhe ou perca na eleição de outubro, Paulo Maluf já tem programa para depois de 1º de janeiro de 97. "Vou tirar uns 20 dias de folga no Guarujá para praticar esportes. Estou com meu peso acima do ideal", diz o prefeito de São Paulo.
Maluf chegou a pesar 86 kg nas últimas semanas. O que é muito para a sua altura, 1,70m.
E depois do Guarujá? "Daí acho que passarei mais uns 20 dias em Campos do Jordão, para descansar."
O importante é o que vem em seguida: "Olha, depois disso, acho que o Congresso já vai estar funcionando. Como ex-deputado, eu não tenho direito a voto, mas poderei frequentar a Casa com tranquilidade".
Paulo Maluf vai acampar dentro do Congresso para defender o seu ponto de vista. Será o bastião da luta contra a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
Nas análises mais comuns, avalia-se que uma vitória do tucano José Serra em São Paulo aplacaria a gana de Maluf. O prefeito se contentaria, eventualmente, em concorrer para governador do Estado em 98. Em troca, liberaria seus aliados para votar a favor da reeleição.
Não é bem isso o que Maluf diz pensar. Uma eventual vitória de Serra daria a FHC a impressão de tudo poder. Talvez, por isso, nem viesse a oferta tucana. E Maluf teria de, no seu entender, procurar se diferenciar para a eleição de 98.
Sobre a reeleição ser votada ainda neste ano, só se for contra a vontade da convenção nacional do PPB. No primeiro semestre, os caciques pepebistas acertaram que o tema será discutido apenas no ano que vem.
Maluf passa pelo melhor momento em sua carreira. Está animado, bem disposto. Mais do que quando conseguiu se eleger prefeito, em 92, depois de anos de ostracismo político.
Será um osso duro de roer para o governo. Confiante, Maluf até brinca: "O Fernando Henrique é meu amigo. Conversamos sempre e acho que ele já desistiu da reeleição, pois não fala mais do assunto comigo".

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