São Paulo, segunda-feira, 5 de agosto de 1996
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Em Tocantins, 20% enfrentam processo

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de 20% dos prefeitos de Tocantins já foram cassados ou enfrentam processos -em fase final- que devem levar à intervenção nos seus municípios.
Sete prefeitos já perderam o mandato de forma definitiva. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) pediu intervenção em mais 20 das 123 cidades do Estado. Cabe ao governador nomear ou não interventores para esses locais.
"O caso mais comum é de desvio do dinheiro e superfaturamento de obras", relata o presidente do TCE, conselheiro Wagner Praxedes. "Muitas vezes os nossos auditores vão visitar uma obra e não encontram nada, a construção existe apenas no papel."
O segundo foi o seu próprio vice, José Teixeira dos Santos. Uma vez empossado no cargo, ele resolveu dar continuidade aos desmandos do antecessor.
Devido a uma série de "espertezas", Santos perdeu o cargo. O tribunal pediu e o governo estadual decretou intervenção no município, no dia 11 do mês passado.
O TCE de Tocantins tem aplicado multas pesadas aos prefeitos que "prevaricam" -termo usual no "burocratês" das auditorias.
O ex-prefeito de Lizarda João Paulo Barreira de Souza foi condenado a devolver R$ 520 mil reais aos cofres da cidade.
Um caso bem comum no país, o abandono total da prefeitura, também ocorre em Tocantins. Na cidade de Axixá, o prefeito Alcindino Carneiro da Costa viajou de janeiro a março deste ano.
Nesse período, segundo o TCE, gastou cerca de R$ 6 mil por mês com diárias. O funcionalismo público local, que ficou sem receber um centavo durante um semestre, não deve ter gostado da notícia. Os desmandos valeram a perda do mandato do prefeito.

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