São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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Grupo tem 'plano B' para platéia do Brasil

OTÁVIO DIAS
DO ENVIADO A SANTIAGO

O performer Dashiell Eaves, 21, que se cuide. É ele que, em "Stomp", trava maior contato com a platéia, desafia-a a participar do festival rítmico.
Em Santiago, Eaves teve de usar muito de seu carisma para encorajar a platéia, fria e com pouca vivência rítmica, a bater palmas etc.
No Brasil, ele não perde por esperar. Já foi alertado por seus colegas brasileiros -a carioca Maria Emilia Breyer e o baiano Davi Vieira- de que, na terra do samba, tudo pode acabar em festa.
É o que é chamado na companhia de "plan B" (plano B): o que fazer se a platéia brasileira, incendiada pelo ritmo, decidir fazer seu próprio show.
"Fui informado de que a platéia brasileira responderá muito, de que haverá uma atmosfera de festa. Já sei que os brasileiros se sentirão livres para se comunicar conosco", disse Eaves à Folha.
Ele diz, no entanto, não temer desconfiança ou reação negativa. "Muitos brasileiros assistem ao espetáculo em Nova York. Alguns depois dizem 'ah, prefiro Carnaval'. Mas a maioria adora e nos estimular a ir para o Brasil", conta.
Segundo ele, os brasileiros gostam de "Stomp" porque, no espetáculo, o ritmo a que estão acostumados está conectado com algo diferente e novo.
"Os brasileiros conhecem os sons que fazemos, mas não sabem como eles se parecem", afirma. "O visual de 'Stomp' é muito específico, é bonito de se ver", diz.
Em certo momento, por exemplo, Dashiell Eaves e seus colegas andam pelo palco com duas enormes latas de lixo presas nos pés, cada uma pesando cerca de 30 quilos. Ao mesmo tempo, batem nas latas com longas varas de metal. É uma imagem grandiosa.
Os ritmos de "Stomp" vêm de diversas culturas. Do Japão, chegou a influência dos tambores kodo. Dos Estados Unidos, aproveitou-se o sapateado, o funk. Da África, a percussão do Burundi. Do Brasil, o batucar em caixinhas de fósforo.
(OD)

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