São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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Europa prepara reação conjunta

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DE PARIS

Antes que o presidente norte-americano assinasse a lei D'Amato-Kennedy, os países europeus já tinham avisado que não aceitariam sanções impostas pelo governo dos EUA contra empresas européias que têm negócios com a Líbia e com o Irã.
"Os países europeus são contrários a medidas unilaterais desse tipo. Vamos tomar uma medida em conjunto para proteger nossas empresas", afirmou à Folha um representante do Ministério das Relações Exteriores da França.
"Somos todos contra o terrorismo. Mas não aceitaremos essa lei enquanto não houver prova de envolvimento desses países", disse.
A lei afeta empresas petrolíferas que invistam acima de US$ 40 milhões por ano nesses países.
A maior parte das nações européias importa petróleo da Líbia e do Irã, principalmente do último.
"Cerca de 10% das importações francesas de petróleo vêm do Irã. Mas a média da importação européia é de 20%", disse o diplomata.
Na França, a principal prejudicada com a lei é a Total, que desenvolve projetos de exploração de campos petrolíferos no Irã.
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da França, Hervé de Charette, afirmou que, a despeito da lei, o governo francês pretende continuar seu "diálogo crítico" com o governo iraniano.
"Sou contrário a que um Estado possa modificar as regras do comércio internacional em seu benefício e imponha isso a outros."

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