São Paulo, terça-feira, 6 de agosto de 1996
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A pauta do Congresso

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Três preocupações principais vão rondar o Congresso neste segundo semestre:
1) Manter as aparências e votar alguns projetos de lei durante a campanha eleitoral nos municípios; 2) discutir a melhor forma de encaminhar a emenda da reeleição; e 3) começar a articular os nomes para as presidências da Câmara e do Senado, que tomam posse no início do ano que vem.
Disso tudo, o mais fácil é o primeiro item. Haverá um acordo tácito entre líderes dos principais partidos para que os parlamentares venham a Brasília pelo menos às quartas-feiras.
Para facilitar a vida dos cerca de cem deputados e senadores que são candidatos em suas cidades, é provável que as votações importantes ocorram só uma vez a cada duas semanas.
As reformas administrativa e tributária estão completamente relegadas às suas comissões especiais. Com sorte, podem ser votadas nessas comissões ao longo dos próximos dois meses.
Nos próximos meses, o Congresso será apenas palco para as articulações dos líderes -que devem continuar vindo a Brasília. Muitos, inclusive, evitam voltar para as suas cidades nos fins-de-semana. "O assédio de candidatos pedindo dinheiro é enorme. Prefiro ficar protegido em Brasília", revela um importante aliado do governo.
Das duas articulações que serão encaminhadas até o final do ano, a da reeleição é a mais delicada. Só que é diretamente relacionada com as presidências da Câmara e do Senado.
A avaliação mais comum é que a presidência da Câmara fique para o PMDB. E a do Senado com o PFL. Mas nem isso é certo.
Ainda é muito cedo para apontar tendências definitivas sobre os nomes que ocuparão esses cargos. Quem tem intenção de concorrer está quieto.
E quem falar muito corre o risco de queimar a língua. É o caso do deputado Paes de Andrade (PMDB-CE), que já se lançou candidato a presidente da Câmara. Mas, a não ser ele, ninguém aposta na sua eleição.

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