São Paulo, quinta-feira, 8 de agosto de 1996
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Qualidade do ar fica má no centro de SP

ROGERIO SCHLEGEL

No terceiro dia do rodízio de veículos, iniciado segunda-feira em dez municípios da Grande São Paulo, a qualidade do ar foi considerada má no parque D. Pedro (centro da capital).
Outros 13 pontos tiveram qualidade inadequada e 4, regular. No dia anterior, houve 14 estações com qualidade do ar inadequada e 3 com regular.
"Se não foi o pior, foi um dos piores dias do ano em matéria de poluição", afirmou Cláudio Alonso, gerente de qualidade do ar da Cetesb (Companhia de Saneamento Ambiental). "Há muito tempo não tínhamos tantos dias seguidos com condições meteorológicas desfavoráveis."
O principal motivo para a piora nos níveis de poluição foi a relativa calmaria que, desde sexta-feira passada, atinge a região.
Fábio Feldmann, secretário estadual do Meio Ambiente, tem afirmado que a poluição dos últimos dias na região só confirma a necessidade da restrição aos veículos.
"Não temos como controlar as condições atmosféricas, que têm determinado os altos índices de poluição. O jeito é controlar a emissão dos poluentes."
Inversão diferente
Ontem, São Paulo viveu a chamada inversão térmica por radiação, que ocorre ao nível do solo. Isso significa que os poluentes praticamente não tiveram teto para se dispersar e se concentraram perto dos pontos de emissão.
O usual é ocorrer outro tipo de inversão térmica, por subsidência, a 123 metros do solo, como anteontem. Nesse caso, os poluentes puderam se misturar ao restante da atmosfera até essa altura.
A qualidade de ar má, verificada na estação D. Pedro, foi causada pelo gás ozônio, segundo a Cetesb.
Em concentrações altas, o gás pode provocar irritação dos olhos, nariz e garganta, náusea, dor de cabeça, tosse, fadiga e agravamento das doenças respiratórias.
A emissão dos veículos contribui para o aparecimento do ozônio.

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