São Paulo, quinta-feira, 8 de agosto de 1996
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600 mil crianças morrem por ano na América Latina

DANIELA FALCÃO
WILLIAM FRANÇA

DANIELA FALCÃO; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

30 ministros de Estado se reúnem hoje para discutir relatório do Unicef

Relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) que será debatido a partir de hoje por 30 ministros de Estado das Américas e do Caribe afirma que a mortalidade materno-infantil e a desnutrição são os problemas mais graves da região. Em seguida, vêm trabalho infantil e violência doméstica.
Os ministros se reúnem hoje e amanhã em Santiago (Chile) para avaliar o andamento das ações em favor do bem-estar infantil desde a Cúpula Mundial da Infância, em 1990.
A cada ano, cerca de 600 mil crianças com menos de 5 anos morrem na América Latina por causas evitáveis. Há 6 milhões de desnutridos na mesma faixa etária.
"A pobreza aumenta o número de crianças vivendo na rua, que, por sua vez, faz crescer a violência contra menores, a prostituição e o trabalho infantil", disse Marta Mauras, diretora regional do Unicef para a América Latina e Caribe.
Na reunião de Santiago, cada país terá de apresentar um relatório com tudo o que foi feito desde 1990 para reduzir a mortalidade infantil e materna, aumentar o número de crianças com primário completo e combater a prostituição, o trabalho e a violência.
O Brasil será representado pelo ministro Nelson Jobim (Justiça). Ao fim da reunião, será elaborado documento com as metas dos governos para o ano 2000.
A Folha conseguiu cópia do documento que está sendo debatido em Santiago. A expectativa é que ele seja aprovado sem alteração.
Desempenho do Brasil
O Brasil -que recebeu elogios do Unicef pela redução da mortalidade infantil- ainda é um dos campeões no número de mortes de criança com menos de 5 anos.
Na região, o país só perde para o Haiti, Bolívia, Nicarágua e Guatemala. "Conseguimos reduzir os índices de mortalidade infantil com muita rapidez, mas, mesmo assim, somos um dos piores", afirmou Agop Kayayan, representante do Unicef no Brasil.
O país também lidera em trabalho infantil. Cerca de 25% das famílias de baixa renda têm adolescentes entre 13 e 17 anos trabalhando. O Ministério da Justiça não dispõe de números absolutos sobre o assunto, mas admite que o problema é "muito grave".

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