São Paulo, quinta-feira, 8 de agosto de 1996
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VIDA EM MARTE

A descoberta de microorganismos em um meteorito aparentemente provindo de Marte sugere que o planeta vermelho pode ter, há cerca de 3,6 bilhões de anos, passado pelo mesmo processo que acabou originando a vida na Terra.
Em um longo artigo publicado na revista "Science" datada de 16 de agosto, os autores de um sério trabalho científico com um meteorito marciano encontrado na Antártida quase que excluem a possibilidade de o aerólito ter sido contaminado por microorganismos terrestres.
A descoberta empolgou o próprio presidente dos EUA, Bill Clinton, e a Nasa anunciou que pretende acelerar suas missões de exploração a Marte.
É evidente que o fato de um dia ter havido microorganismos no planeta vermelho não significa que a vida ali se desenvolveu da mesma forma que na Terra, mas prova que a chance de não estarmos sós no universo é bastante maior do que muitos supunham, afinal os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos encontrados no meteorito podem dar origem a organismos mais complexos.
O astrofísico norte-americano F.D. Drake chegou a elaborar uma complexa equação para tentar calcular as chances de existir vida inteligente em outros planetas, mas as variáveis possíveis são tantas que, dependendo do valor que se lhes atribuir, pode-se chegar a qualquer número de civilizações inteligentes.
Se as conclusões dos cientistas estiverem certas, ainda seria precipitado dizer que existem outras civilizações inteligentes no universo, mas é admissível que a mistura de carbono com hidrogênio que acabou resultando na vida como a conhecemos não é um processo exclusivamente terrestre.

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