São Paulo, sexta-feira, 9 de agosto de 1996
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CRONOLOGIA

DA REPORTAGEM LOCAL

19 de julho - O Ceap (Centro de Articulação de Populações Marginalizadas) entra com representação judicial junto à Procuradoria Geral de Justiça do Rio pedindo proibição de veiculação da música "Veja os Cabelos Dela", acusando-a de racista. Pede ainda apreensão do disco nas lojas do Estado.
24 de julho - A Justiça carioca determina o recolhimento dos discos de Tiririca. Pela decisão liminar, ficam proibidas as emissões radiofônicas e televisivas da música. Tiririca não poderá cantá-la em seus shows.
26 de julho - A direção da Sony Music decide não mais recolher os CDs do cantor Tiririca. Orientada pelo advogado Sérgio Bermudes, a Sony afirma que a decisão não tem efeito legal.
Dia 29 de julho - O Departamento do Negro do PMDB em São Paulo entra com ação cautelar pedindo recolhimento do disco de Tiririca.
Dia 30 de julho - O Ministério Público remete à Sony ofício exigindo a comprovação do recolhimento do disco "Tiririca" em no máximo 48 horas.
Dia 31 de julho - O cantor Tiririca, o diretor-presidente da Sony Music do Brasil, Roberto Augusto, e o diretor de marketing, Luiz André Calainho, são denunciados à Justiça pela prática do crime de racismo. A empresa envia aos lojistas de todo o país comunicado solicitando o recolhimento dos discos, obedecendo a um segundo ofício enviado pela juíza Flávia Viveiros de Castro.
Dia 1º de agosto - O juiz da 23ª Vara Criminal do Rio, Valmir de Oliveira Silva, marca para 12 de setembro o interrogatório do cantor Tiririca e dos dois diretores da Sony Music. A Comissão das Mulheres Advogadas da OAB, seção Bahia, e o Coletivo de Mulheres Negras entram com ação cautelar pedindo recolhimento dos discos.
Dia 5 - O procurador federal dos Direitos dos Cidadão em Brasília, Wagner Gonçalves, diz que vai fazer a recomendação à Sony Music para que retire do mercado os discos de Tiririca. Ele recebeu uma notícia-crime da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura. Segundo ele, a composição incorre em crime por incitação ao racismo. Em São Paulo, o juiz da 18ª Vara Cível de São Paulo, José Valério de Souza, acata ação cautelar movida pelo Departamento do Negro do PMDB. O Geledés Instituto da Mulher Negra entra com representação no Ministério Público Estadual.
Dia 6 - O juiz José Valério de Souza, 53, da 18ª Vara Cível de São Paulo, envia ofício à Sony Music pedindo o recolhimento dos LPs, CDs e fitas cassete do cantor Tiririca.

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