São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996
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Sepúlveda bloqueia verbas a Alagoas

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence, determinou o bloqueio dos repasses de recursos da União para Alagoas. A decisão deixa o Estado a um passo da intervenção federal.
O Banco do Brasil terá de reter R$ 49,8 milhões das cotas de Alagoas no Fundo de Participação dos Estados. Essa verba corresponde ao que o governador Divaldo Suruagy deixou de transferir ao Poder Judiciário local.
A Procuradoria Geral da República tem cinco dias para analisar o despacho de Sepúlveda Pertence.
O prazo pode ser a última chance para Suruagy evitar sua substituição temporária por um interventor. Para isso, terá de manifestar interesse em saldar a dívida.
São remotas as possibilidades de o governador optar por essa saída.
Em carta ao STF, ele disse que a atualização dos pagamentos a um Poder (o Judiciário) tornaria sua administração ingovernável.
Parcelas atrasadas
Sepúlveda advertiu que poderá requerer a intervenção caso o bloqueio não solucione a crise entre Executivo e Judiciário de Alagoas.
"Subsistindo o estado de coisas, não me restará alternativa", diz no despacho. Ao determinar a retenção, o presidente do STF antecipou-se a eventual decisão do plenário pela requisição da intervenção ao presidente da República.
Vários ministros do STF vinham demonstrando preocupação com o risco de a falta de recursos impedir que o virtual interventor não consiga resolver a crise no Estado.
Sepúlveda afirma que o governador comprometeu-se a pagar as parcelas atrasadas numa última negociação, em 4 de julho.
A intervenção foi solicitada pelo Tribunal de Justiça em outubro de 95 porque o repasse para o Judiciário local está irregular.
Desde abril, nenhuma verba é liberada. Os juízes estão sem trabalhar. O governador descumpriu mandado de segurança do STF, de junho, que determina a regularização dos pagamentos.

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