São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996
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"Pagamento seria privilégio"

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O governador Divaldo Suruagy (PMDB-AL) afirmou ontem que não repassou as verbas constitucionais ao Poder Judiciário alagoano, mesmo cometendo uma ilegalidade, porque isso provocaria a "ingovernabilidade".
"Pagar os salários apenas do Judiciário seria uma forma de privilégio que provocaria uma sequência de greves que levaria Alagoas à ingovernabilidade", afirmou.
Na avaliação do governador, o bloqueio de verbas federais determinado por Sepúlveda Pertence é um sinal de que não haverá intervenção federal. Para Suruagy, o bloqueio significa que o Supremo decidiu pagar os quatro meses de salários atrasados de juízes e servidores da Justiça, bloqueando o processo de intervenção.
A análise do governador é contrária à do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, José Agnaldo de Souza Araújo. Para Araújo, Pertence determinou o bloqueio como forma de "garantir recursos para que o interventor faça os pagamentos necessários".
Araújo disse que não é da "competência" dele criticar a administração de Suruagy, mas afirmou considerar "estranho o fato de o governo passar meses arrecadando impostos e não sobrar dinheiro para pagar o funcionalismo".
Os 76 mil servidores alagoanos estão sem receber há quatro meses. O governador afirma que recebeu o Estado de seu antecessor com duas folhas salariais atrasadas, desequilibrando as finanças.

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