São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996 |
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PM obriga Sanguinetti a assistir exposição
VANDECK SANTIAGO
"Eu vou obrigado, contra a vontade, debaixo de ordens. Mas vou como militar cumprindo ordens e não como médico", disse Sanguinetti à Agência Folha. Desde o início do caso, em junho, Sanguinetti contesta a versão de que houve homicídio (o de PC Farias) seguido de suicídio (o de Suzana). Afirma que a posição em que os corpos foram encontrados indica duplo homicídio. Comandante O comandante interino da PM, coronel Jaime Costa Braz, não quis falar sobre os motivos da ordem para Sanguinetti ir assistir à exposição de Palhares. "Querem fazer do ato uma festa, uma celebração, e me obrigam a ir para que minha presença, de certa forma, avalize o que será apresentado", disse Sanguinetti. Sanguinetti é diretor do Hospital Geral da Polícia Militar em Maceió e chefe do Departamento de Medicina Legal da UFAL (Universidade Federal de Alagoas). O médico-legista disse que vai analisar "ponto por ponto" o laudo apresentado por Palhares e depois comentá-lo. Sanguinetti não participou de nenhuma das etapas da perícia -nem das que foram feitas sob comando de Palhares nem das realizadas exclusivamente por peritos alagoanos. Seus argumentos baseiam-se num relatório preliminar feito pelos peritos alagoanos, ao qual ele teve acesso. Denúncia No final de junho, ele denunciou que o legista que estava chefiando a perícia, Gérson Odilon, afirmara-lhe estar sofrendo pressões para "adequar" o laudo à tese de homicídio seguido de suicídio. Odilon nega a versão de Sanguinetti. Hoje, dizendo-se ameaçado de morte, Sanguinetti só anda protegido com colete à prova de balas. Sua casa é vigiada 24 horas por dia por oito policiais militares. Texto Anterior: Augusto se diz 'de alma lavada' Próximo Texto: Suzana telefonou fora do quarto Índice |
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