São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996
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Propostas não são novas

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O plano "Brasil em Ação", anunciado no Palácio do Planalto, confirma a máxima de Lavoisier segundo a qual na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Um ano atrás, os mesmos 42 programas listados ontem sustentavam o Plano Plurianual de Investimentos para o período de cinco anos até 1999.
O plano já foi aprovado pelo Congresso como subproduto do programa da campanha eleitoral de FHC. Trata-se de um roteiro para as leis de Orçamento votadas a cada ano durante o mandato do presidente.
A inspiração de muitos dos projetos que receberão "iluminação" ou "foco" especial, de acordo com o jargão do Planalto, é mais antiga.
A maioria dos projetos de infra-estrutura já aparecia no plano de "eixos de desenvolvimento" produzido por Eliezer Baptista -colaborador informal do governo FHC e secretário de Assuntos Estratégicos do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
Mas nem tudo do que FHC já projetou para o país contará com atenção especial do esquema de gerenciamento a ser encabeçado pelo ministro Antonio Kandir (Planejamento).
Uma nova refinaria de petróleo no Nordeste, já disputada por governadores de quatro Estados -Maranhão, Pará, Pernambuco e Ceará-, ficou de fora. O Plano Plurianual prevê investimentos de R$ 1,3 bilhão na obra, com capacidade para refinar 188 mil barris de petróleo por dia.
A obra não foi arquivada, segundo informação do Palácio do Planalto. Só deixou de integrar a lista das prioridades com as quais o presidente pretende fechar seu mandato em 1998.
Se o "Brasil em Ação" sair do papel, haverá obras em todos os Estados brasileiros nos próximos dois anos, especialmente no eixo Rio-São Paulo-Minas Gerais, administrados por governadores do PSDB, partido do presidente da República.
O único Estado excluído do canteiro de obras com que FHC pretende marcar a última etapa de seu governo é o Amapá, atual endereço eleitoral do presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB).

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