São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996 |
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Fonseca e Stockler falam de suas versões
DANIELA ROCHA
* Marcelo Marcus Fonseca - Não existe alguém que passe impune após montar "Baal" e "Na Selva das Cidades". São textos que assolam nossa vida. Existe uma frase que resume "Baal": "Ninguém vai encontrar ninguém". Alexandre Stockler - Brecht usa todo o tipo de informação nesses textos. Uma referência nos dias de hoje é o filme "Denise Está Chamando", as pessoas não se vêem. Fonseca - O personagem Baal é mais perplexo que incisivo. Ele tem emoção em tudo o que faz. A vida assim é mais honesta. Stockler - Busco fazer um teatro que tenha relação com a realidade. O homem tem um bicho dentro dele que age por pulsão. Fonseca - Nada agride a gente. Stockler - Eu já estou assim. Outro dia ouvi que morreram 52 pessoas em um ataque e achei normal. Essa violência precisa ser exposta. Fonseca - Eu chamo isso de popularizar o teatro. Stockler - "Na Selva das Cidades" trata de homens rompendo seus limites. Farei a montagem com uma linguagem mais direta. Não que o público seja burro, mas ele não tem cultura geral. Fonseca - Não sei se é cultura o problema. Nos distanciamos tanto que a reaproximação é delicada. Stockler - Brecht queria que os teatros fossem como ginásios, com público fumando, bebendo. Em minha montagem, o público poderá fazer isso. (DR) Texto Anterior: Novos diretores trazem Brecht para 1996 Próximo Texto: Orixás podem acabar com apatia do Brasil Índice |
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