São Paulo, sábado, 10 de agosto de 1996 |
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Aposta na dúvida
JOSIAS DE SOUZA São Paulo - Celso Pitta e José Serra transformaram-se nos mais reluzentes fenômenos da temporada eleitoral. Deu-se, nos dois casos, o inesperado.Com escassos nove dias de propaganda na TV, Pitta (29% no Datafolha) ultrapassou Luiza Erundina (24%). E Serra (12%) permanece na rabeira de Francisco Rossi (16%). Nem em seus mais róseos sonhos Paulo Maluf imaginou que o pupilo Pitta pudesse decolar tão cedo. Tampouco Fernando Henrique contava com desempenho tão pífio de seu ex-ministro. Os pesquisadores do Datafolha foram a campo na quinta-feira e ontem. Os dados estão, portanto, estalando de novos. Além dos números, por si só eloquentes, a pesquisa captou uma tendência: o prestígio de Pitta é ascendente. E o de Serra encontra-se ladeira abaixo. No início da semana, acomodaram-se sobre os ombros de Maluf dez cadáveres -todos mortos no incêndio do alojamento da prefeitura. Imaginou-se que a candidatura de Pitta sairia chamuscada. Sua escalada tonifica a tese de que a eleição não é disputada nas ruas, mas no tubo de imagem da televisão. Os homens de marketing estão, definitivamente, no comando. No início de maio, o publicitário Duda Mendonça, à frente da proveta em que Pitta foi gestado, fez um desafio a Maluf. Ele disse: entregue-me o Pitta com 15% no início do horário eleitoral e eu o farei prefeito. Em 2 de agosto, data em que os programas começaram a ser exibidos, Pitta somava não 15%, mas 19%. E tem-se agora a impressão de que só o imponderável pode deter o candidato do Cingapura e seu mentor. O eleitor de São Paulo tem diante de si candidatos muito conhecidos -Serra e Erundina, por exemplo. Ainda assim, parece pender para Pitta, de todas a maior interrogação. Texto Anterior: O MITO DA GLOBALIZAÇÃO Próximo Texto: O fascínio de Covas Índice |
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