São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 1996 |
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Campanha para aumentar o consumo custará até R$ 3 mi
FÁTIMA FERNANDES Fabricantes se unem para incentivar vendas; meta é alta de 10%da Reportagem Local Fabricantes de revestimentos cerâmicos devem gastar até R$ 3 milhões numa campanha publicitária para aumentar as vendas -estabilizadas há dois anos. A estratégia é destacar a qualidade da indústria e as vantagens no uso de pisos e azulejos em qualquer área da casa. Consequência: ver o consumo aumentar 10%. A união dos fabricantes para incentivar as vendas de revestimentos cerâmicos no país é uma idéia antiga, que ganhou força neste ano. A diretoria da Anfacer, que reúne 53 empresas, deve escolher por estes dias a agência que vai elaborar a campanha, para o período de um ano. O esforço para aumentar as vendas se deve ao baixo consumo de pisos e azulejos no Brasil, especialmente quando se leva em conta o potencial de crescimento, diz Ademir Lemos, presidente da Anfacer. Pelos dados da associação, o consumo anual de revestimentos cerâmicos por habitante no país -de 1,70 m²- está entre os mais baixos do mundo. Em Portugal, Cingapura e Hong Kong, por exemplo, conta Lemos, esse número passa até de quatro m² por pessoa ao ano. A previsão dos fabricantes brasileiros é produzir cerca de 310 milhões de m² de revestimentos cerâmicos neste ano -5% mais do que no ano passado (295 milhões de m²). Lemos considera o crescimento pequeno. Para ele, pesam contra o aumento de vendas a falta de uma política habitacional e o fato de a construção para locação não ser mais considerada um bom negócio. Perspectiva Apesar de o consumo estar praticamente estabilizado, os fabricantes estão animados com o potencial de crescimento para os próximos anos, já que o Brasil é tropical e tem ambiente propício para uso de cerâmicas. "Além disso, em todos os países que conseguiram estabilizar a economia a construção civil cresceu mais do que o PIB (Produto Interno Bruto)", diz Adriano Lima, da catarinense Eliane. A empresa, conta ele, está se preparando para atender à maior demanda. Nos últimos três anos, investiu US$ 65 milhões em modernização de fábricas e aumento da capacidade. Francisco Arruda, da Santana, diz que a empresa também está pronta para atender o mercado. "Mas não acreditamos em grande crescimento de consumo. A tendência é a estabilização. Por isso, qualquer aumento de produção pode ser perigoso. Vamos procurar trabalhar sempre com equilíbrio entre oferta e demanda." Texto Anterior: Brasil vende menos pisos e azulejos Próximo Texto: Indústria sofistica produtos exportados Índice |
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