São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 1996
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Associação de rádio e TV defende "código de ética"

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) concorda com a idéia da auto-regulamentação proposta pelo Departamento de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça.
"Achamos que isso é o que deve ser feito. Tanto que temos um código de ética e um conselho de ética em funcionamento há três anos", disse à Folha por telefone, do Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Borgerth, vice-presidente para Televisão da Abert. "O Estado não tem que dizer como deve viver o cidadão", disse.
Dilaceração e drogas O código da Abert diz que só devem ser exibidos no horário livre programas que, por exemplo, não contenham cenas realistas de violência, dilaceração ou mutilação de partes do corpo, tiros, facadas, pauladas, que não contenham palavras vulgares, não discutam o tráfico de drogas, não explorem o homossexualismo, e não apresentem visíveis órgãos sexuais ou mostrem beijos indiscretos.
Borgerth disse que, apesar de ser rígido, o código de ética é cumprido pelas emissoras.
"O que acontece às vezes é a divergência do que seja uma cena de sexo ou não. Se você olhar com atenção, ele não é tão difícil de ser cumprido", afirmou.
O diretor da Abert disse que nenhuma emissora foi punida ainda. "Houve apenas advertências, por alguns programas que apresentaram desvios". Borgerth disse que muitas vezes os programas apelam para o mau gosto, mas estão sendo exibidos em horários permitidos.
"O Brasil é um pais sexuado, mas alguns ficam com 'arquepuritanismo'. Mesmo assim a TV brasileira está atrasada em muitas coisas. Você não viu beijo de homem na telinha ainda, viu?", questionou Borgerth.
Pelo código de ética, as punições para as emissoras são em apenas dois extremos: advertência sigilosa ou suspensão das transmissões impugnadas. Além disso, caso culpada, a emissora tem de divulgar no mínimo seis mensagens de caráter educativo com 30 segundos, por dia, durante uma semana.

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