São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 1996![]() |
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Jornalista lança livro inspirado em obra de Lima Barreto
WILSON TOSTA
"Adoro ser jornalista, mas tinha de exorcizar as coisas ruins que vi na profissão", disse o autor. O protagonista da história é Affonso Barreto, jornalista de origem pobre, nascido no subúrbio de Ramos, e que, pouco a pouco, se desilude com a profissão. As injustiças do jornalismo e os preconceitos dos meios de comunicação contra a zona norte e os mais pobres apressam seu descontentamento. Em sua caminhada rumo ao abismo, Barreto perde a namorada, uma repórter da área econômica que torna-se amante do chefe. "O uso do sexo para subir é uma prática em toda a sociedade. A maioria das colegas não faz isso, mas tem umas aí...', diz o autor. O nome do personagem principal de "Rio Bandido' é uma homenagem a Lima Barreto (Affonso Henriques de Lima Barreto), jornalista e escritor que viveu no início do século, autor de "Recordações do Escrivão Isaías Caminha". No livro, Lima Barreto retratou, com nomes trocados, o "'Correio da Manhã", seu dono, Edmundo Bittencourt, e outros jornalistas da casa. Por causa disso, até o seu fim, em 1974, o "Correio" nunca mais publicou qualquer referência ao escritor -um mestiço de origem pobre, que morreu num hospício. Foi ao ler as "Recordações" que Lima teve a idéia de escrever "Rio Bandido". Roni Lima tem 38 anos e é jornalista há 16. Além da Folha, onde está há cinco anos, foi repórter do "Jornal do Brasil". Texto Anterior: Pra não dizer que não falei da censura Próximo Texto: Dietrich traz drama dos extremos Índice |
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