São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 1996 |
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O vírus do milênio
MARIA ERCILIA
Pelo menos é o que dizem os novos profetas do caos. Segundo eles, a meia-noite de 1º de janeiro, 2000 pode inutilizar milhões de cálculos, pagamentos e datas de validade. O problema é tão simples que parece piada: diferentemente das pessoas, os computadores arquivam datas em sequências de seis dígitos. O dia 31 de dezembro de 1999 seria para um computador 31-12-99. Já o dia seguinte, que para todos os mortais será 1º de janeiro de 2000, será interpretado como 01-01-00. Seu computador vai pensar que está em 1900. Embora o problema à primeira vista pareça coisa de criança, na prática vai significar um verdadeiro quebra-cabeça. A memória era muito cara no final dos anos 60 e 70 e os programadores procuravam economizar onde podiam. As datas em seis dígitos acabaram virando um padrão mundial. A simples economia do "19" gerou milhões de sistemas programados para não entender o ano 2000. Imagine centenas de informações guardadas em computadores, como seu aniversário, a validade das latas na prateleira do supermercado, as datas da poupança. O governo norte-americano chegou a convocar uma audiência para avaliar prováveis problemas e prejuízos acarretados pelo chamado vírus do milênio -embora tecnicamente não se trate de um vírus. O resultado foi uma versão tecnológica da histeria milenarista. Uma empresa de consultoria, Gartner Group (http://www.gartner.com/aboutgg/pressrel/pry2000.html) chegou a afirmar que US$ 300 a US$ 600 bilhões seriam gastos com o problema. Não é de se estranhar esse tipo de previsão. Para empresas de consultoria, o milênio traz promessas de paraíso: é emprego garantido tentando resolver as crises dos computadores alheios. Ironicamente, quem tiver menos computadores vai ter menos problemas... Para saber mais sobre o "vírus do milênio", veja estes endereços: http://it2000.com/ http://www.year2000.com /cgi-bin/y2k/year2000.cgi http://greed.isca.uiowa.edu/~isms/yealink.html http://www.ast.cam.ac.uk/RGO/ E-mail: netvox@uol.com.br Texto Anterior: Promotora pede arquivamento da representação de Coslovsky Próximo Texto: Uma força estranha nos leva a filmar Índice |
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