São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 1996 |
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Igreja rebate acusações
RG
Os familiares responsabilizaram o cardeal arcebispo pela criminalidade do país ao "defender bandidos". Segundo o porta-voz da arquidiocese, padre Fernando Altemeyer Jr., "os familiares reproduziram parte de uma ideologia difundida por esses profissionais que incitam o ódio". O padre citou, como exemplos, os radialistas Conte Lopes, Afanásio Jazadji e o jornalista José Paulo de Andrade. "A violência é provocada pelo crack, pelo desemprego e pela falta de policiamento preventivo. Nós queremos chegar à raiz do problema, enquanto eles querem provocar a guerra civil, defendendo a pena de morte e a tropa de choque." José Paulo de Andrade, da rádio e TV Bandeirantes, afirma que o padre teria ficado bravo porque, no programa, ele disse que a igreja estava fazendo política partidária ao criticar o Plano de Atendimento à Saúde (PAS) em publicidade. "Fico satisfeito que a ala da igreja liderada por d. Paulo esteja sendo acuada pela sociedade. Foram eles que indicaram o atual secretário de segurança, José Afonso da Silva", afirmou. "Se os mortos fossem vítimas de policiais, a igreja estaria lá apoiando. Como são vítimas de bandidos, eles não dão a mesma solidariedade." Afanásio Jazadji, da rádio Líder, disse que os direitos humanos no Brasil foram "prostituídos". "Hoje, virou sinônimo de proteção a bandido. Ela é co-responsável pela infelicidade de muitas famílias." "A igreja diz que bandido é pessoa de bem. Diz que as pessoas precisam ver Jesus Cristo no rosto dos marginais", disse Conte Lopes, da rádio Atual. "Isso eu não posso aceitar." Segundo ele, a igreja não aceita que a polícia combata a criminalidade. "Hoje, a insegurança é total por causa desses grupos que defendem os direitos humanos." Texto Anterior: Insegurança leva mães a criar 'código' Próximo Texto: Mortes fazem jovens terem medo de sair de casa Índice |
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