São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 1996
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Milão descarta operação desde 92

Medida só é usada em caso de emergência

DA REPORTAGEM LOCAL

Na cidade italiana de Milão, o rodízio foi adotado em 90 e 91 durante o inverno, independentemente do nível de poluição registrado a cada dia.
Mas desde 92 passou a ser reservado apenas a situações de emergência, quando há muita poluição. O novo esquema nunca precisou ser usado, segundo Antonio Colucci, diretor da Divisão de Tráfego da polícia de Milão.
"Tomamos outras medidas preventivas, que dispensaram a necessidade do rodízio", explicou Colucci, que ontem participou de seminário na Secretaria do Meio Ambiente.
Exemplos: caminhões e ônibus passam por inspeção anual que verifica se produzem fumaça preta, e a cidade cobra pelo estacionamento nas ruas.
O rodízio de emergência é chamado se metade das estações de medição da região metropolitana ou mais mostrarem ar com poluição inaceitável e as condições para dispersão forem desfavoráveis.
Mudanças
Atualmente, Milão estuda o reescalonamento de horários de funcionamento de bancos, comércio, indústria etc., visando diminuir os congestionamentos de automóveis e melhorar o aproveitamento do transporte coletivo.
Para o italiano Mario Carrara, gerente-geral do Centro Studi sui Sistemi di Trasporto, entidade que estuda soluções para o transporte no mundo, não há sentido no atual rodízio de São Paulo.
"É loucura implantar a operação numa cidade que tem um hospital que atende 3.000 pessoas por dia, sem que se saiba se a poluição chegou em níveis de insegurança", explica.
Carrara acredita que o reescalonamento é uma das alternativas imediatas para diminuir a poluição.

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