São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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Acusado ganhou R$ 5.000 para matar Menegale, afirma polícia

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Civil do Distrito Federal apresentou ontem dois acusados de terem matado o ex-ouvidor-geral da República e advogado Galba Menegale, no dia 30 de abril.
Segundo a polícia, João Pacheco da Silva foi contratado por R$ 5.000 para matar o advogado.
Ele, por sua vez, contratou Domingos Caetano Pereira Pimentel, que fez os disparos. O advogado foi morto dentro de seu carro, perto de sua casa, no Lago Sul (bairro nobre de Brasília).
Silva disse à polícia que foi contratado por Hélio Mendes, proprietário de uma imobiliária na cidade-satélite de Taguatinga.
Mendes teria uma dívida antiga com Menegale, de uma reforma feita na casa do advogado.
A polícia chegou a desconfiar que a morte de Menegale estava relacionada com irregularidades em licitações do Ministério da Saúde, porque, como ouvidor-geral, ele investigou algumas das denúncias.
Até o início da noite de ontem, Hélio Mendes estava foragido. A polícia disse não saber os valores dessa dívida nem se havia uma motivação mais recente que pudesse provocar o crime.
A prisão dos dois acusados coincidiu com o vencimento do mandado de prisão temporária de José Olímpio Quiroga, dono de um bingo na cidade.
Ele ficou 45 dias detido sob acusação de ter mandado matar Menegale, com quem também tinha uma disputa judicial.
A polícia chegou aos dois acusados por uma série de coincidências. Silva, que já foi segurança de Hélio Mendes, foi preso em Goianésia (GO) depois de roubar um carro. Com ele foi apreendido um revólver 357, considerado raro.
Menegale foi morto por tiros de um 357. Um exame de balística provou que os tiros que mataram o advogado foram disparados daquele revólver.

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