São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996
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Oficina comemora 35 anos com peça-festa

DENISE MOTA
DA REDAÇÃO

O teatro Oficina comemora hoje seus 35 anos com uma 'peça-festa' para o público paulistano.
Durante a apresentação de "As Bacantes", Tirésias (interpretado pelo diretor José Celso Martinez Corrêa) vai promover um brinde, distribuindo vinho à platéia.
"Estamos com toda a loucura. É um momento para São Paulo refletir sobre o vinho que tem. Esse teatro, essa coisa que envelhece e deve ser vista de outra maneira, sem preconceito. O Oficina é uma riqueza para São Paulo. Está na hora do tabu virar totem", diz Zé Celso.
Sem receio
"As Bacantes" de hoje traz outras novidades. Zé Celso vai 'cantar' a fala de seu personagem, em melodia especialmente composta para o aniversário do Oficina por José Miguel Wisnik.
A música diz que "só duas coisas têm valor na vida: comida e terra".
"Estamos convidando as pessoas a virem brindar conosco sem receio", diz o diretor.
Ao final da peça, dez componentes da Companhia de Tambores e Crioulas fazem uma apresentação com cantos e danças típicas do Maranhão.
Além do vinho, o aniversário do Oficina vem regado a indefinições legais. O teatro possuía um contrato, datado do governo Fleury, que garantia a manutenção do espaço pelo governo estadual. De acordo com Zé Celso, a atual gestão ainda não renovou o convênio.
"Em qualquer outro lugar do mundo, um teatro de 35 anos estaria recebendo o que precisa. Não interessa homenagem. Queremos uma relação de reconhecimento do valor que o Oficina representa para São Paulo", afirma. "Quero que façam um comodato, que reconheçam esse convênio. Somos posseiros desse espaço".
"O Oficina é obrigado a estar sempre ativo e está exigindo de mim a mesma energia, esperteza e juventude de 1961. Ele está tão vivo que está tendo os mesmos problemas de 35 anos atrás."
Cacilda em três atos
O teatro Oficina planeja nova peça para o próximo ano. O texto "Cacilda", escrito em 900 páginas por Zé Celso, pretende contar os 75 anos da vida da atriz Cacilda Becker ao mesmo tempo em que traça um panorama do teatro brasileiro.
Se "As Bacantes" surpreendeu por durar quatro horas, a vida de Cacilda tem montagem prevista para durar nada menos do que três dias, em um total de 12 horas.

Peça: As Bacantes e 'peça-festa'
Direção: José Celso Martinez Corrêa
Onde: teatro Oficina (r. Jaceguai, 520; tel. (011) 606-2818
Quando: sexta (com 'peça-festa') e sábado (apresentação normal), às 21h; domingo, às 19h
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (estudantes)

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