São Paulo, sexta-feira, 16 de agosto de 1996 |
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Obra dá voto
LUIZ CAVERSAN Rio de Janeiro - Seja qual for o resultado da eleição para prefeito do Rio, desde já uma constatação é inevitável: a multiplicação das obras propicia a multiplicação dos votos.Pelo menos das intenções de voto. Explicando: desde que começou a campanha eleitoral na TV e no rádio, o prefeito César Maia apresenta seu candidato, o até então desconhecido ex-secretário de Urbanismo Luiz Paulo Conde, como o mentor das obras do projeto Rio-Cidade. E os programas do seu partido, o PFL, mostram exaustivamente as obras que não por acaso estão ficando prontas na cidade toda às vésperas da eleição. O resultado disso é o crescimento da candidatura de Conde nas pesquisas realizadas por aqui. Haveria uma delas, encomendada pelo PFL e portanto sob reservas, que já colocaria Conde empatado em primeiro lugar com Sérgio Cabral Filho (PSDB), em torno dos 26%. Na última pesquisa Datafolha, publicada em 16 de julho, Conde era o quarto colocado. É possível questionar os números, mas não deixar de constatar que o candidato do prefeito incomoda os demais concorrentes. A ponto de esses já estarem buscando maneiras de enfrentar o homem que surgiu das obras. Obras polêmicas, sempre é bom lembrar, que afetaram duramente a vida de dezenas de bairros justamente no último ano do governo Maia. Veja o caso de Ipanema: sofreu com o caos de buracos, tapumes e trânsito bloqueado durante 11 meses e hoje convive com um obelisco estranho e uma passarela desnecessária. A "maquiagem" do bairro foi entregue ontem pelo prefeito e seu candidato, com pompa e cerimônia, embora as obras ainda não estivessem totalmente concluídas. O que não impediu a realização de uma festança eleitoreira para ajudar ainda mais o candidato oficial. Texto Anterior: Reforma sem fim Próximo Texto: Eleição, obra de Deus e do diabo Índice |
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