São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Delegacia vira "empresa"

DE NOVA YORK

Na estratégia de combate ao crime, a prefeitura resolveu introduzir o que chamou de "métodos empresariais". Cada delegacia é acompanhada como se fosse uma empresa e cobrada mensalmente a partir de sua "produção".
A delegacia entra no "vermelho" -e aí o cargo do delegado fica em xeque- a partir dos números de crimes ocorridos no bairro e registrados diariamente num mapa computadorizado.
Rompendo com hábitos arraigados, as delegacias ganharam inusitado poder. Passaram a ser responsabilizadas pelo bairro e não têm mais que aguardar reforços da polícia central ou de departamentos especializados.
"Assim como um empresário controla seu desempenho pelo lucro, controlamos as delegacias pelo número de vítimas. Nosso negócio é o crime", afirma Bratton.
Mensalmente, os delegados se reúnem e analisam os resultados. São distribuídos elogios e críticas.
Diante dos resultados, o delegado deve informar qual será seu procedimento para reduzir o crime no bairro.
Uma das chaves do sucesso foi a participação comunitária. No Harlem, bairro negro e hispânico, as igrejas comandaram ofensiva contra os traficantes e, por causa de suas denúncias, a delegacia foi integralmente reestruturada.
Em outros bairros, empresários levantaram fundos para iluminar as ruas e construir parques em áreas abandonadas, afastando os assim os criminosos.

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