São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Escola também trata problemas dos pais

DE NOVA YORK

Uma pesquisa realizada em Nova York constatou que 69% dos estudantes testemunharam violência dentro da própria escola -67% viram algum aluno armado com faca ou revólver.
Em Nova York, jovens entre 10 e 17 anos cometem mais assassinatos, estupros e roubos do que em qualquer outro Estado americano.
Esses números estimularam escolas e universidades a produzirem alternativas contra a violência dentro da escola e eles vêm obtendo resultados positivos.
Nos bairros marcados pela violência como Harlem ou Washington Heigths, ambos em Manhattan, surgiram projetos modelos, baseados na idéia de que através da educação seria possível descontaminar a agressividade.
As escolas se converteram em centros sociais, atraindo as famílias -os pais passaram a ter cursos de inglês, computação ou até de gerência para abrir pequenos negócios. Alunos são estimulados a participar de projetos de geração de renda, evitando que caiam tão facilmente nas mãos dos traficantes.
Foram chamados assistentes sociais e psicólogos para lidar com a questão das drogas e do álcool não apenas dos filhos, mas dos pais. Rapidamente, as gangues passam a respeitar as escolas porque lá estão seus pais e irmãos ou irmãs mais novos.
Uma das técnicas desenvolvidas foi a criação do que batizaram de "pacificadores". Adolescentes são treinados a intermediar conflitos entre colegas para que um bate-boca não acabe em agressão física.
Em várias escolas que adotaram esses métodos, caíram os índices de evasão e repetência. Além disso, muitos alunos conseguiram marcas mais elevadas de aproveitamento escolar. Também cresceu o número de alunos que conseguem vagas nas melhores faculdades.

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