São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Vandalismo é alvo de tática

PATRICIA DECIA
DE NOVA YORK

A estratégia que a polícia de Nova York usou para reduzir até 39% o crime na cidade nos últimos três anos foi batizada de "teoria da janela quebrada". Consiste basicamente em combater os pequenos delitos.
"Isso significa que é preciso trocar rapidamente o primeiro vidro quebrado de um prédio para que todos os outros não estejam destruídos em um pequeno espaço de tempo", explica o oficial Kevin Tyrrel, do Departamento de Polícia de Nova York.
Na prática, a polícia começou a atacar pequenos atos de vandalismo e usou delitos como beber cerveja na rua -ato proibido nos EUA- para investigar a ficha criminal de suspeitos.
"Os policiais abordam pedintes agressivos, grafiteiros e até quem fizer xixi na rua", diz Tyrrel.
A teoria foi totalmente implementada pelo prefeito Rudolph Giuliani e pelo ex-chefe de polícia, William Bratton, substituído por Howard Safir.
Giuliani e Bratton também deram continuidade à política de colocar mais policiais nas ruas recebendo melhores salários, iniciada na gestão anterior, além do policiamento comunitário.
As quedas na criminalidade ocorreram em cinco "bairros" de Nova York (Manhattan, Brooklyn, Bronx, Queens e Staten Island) e em sete categorias de crime: assassinatos, roubos, arrombamentos, assaltos, estupros, furtos, furtos acima de US$ 1.000 e roubo e furto de automóveis, mas não uniformemente.
Hoje, segundo Tyrell, as regiões mais perigosas de Nova York são o Bronx e o norte do Brooklyn, onde há as maiores concentrações de moradores pobres.
Os estupros, por sua vez, são a categoria em que a queda é menos significativa. O último crime que chocou a cidade foi a agressão e quase estupro de uma professora de música no Central Park, em junho.
Além disso, no último final de semana, quatro mulheres sofreram tentativas de estupro em quatro parques diferentes da cidade.

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