São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Bares põem ronda particular em rua

LUCIA MARTINS; RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de bares e restaurantes da rua Carinás, em Moema, resolveu estender a segurança particular à rua.
Vão contratar seguranças para atuar do lado de fora dos estabelecimentos.
A decisão conjunta foi tomada no dia 10, data em que ocorreram as mortes no assalto ao bar Bodega, no mesmo bairro.
O esquema de segurança vem sendo discutido diariamente desde então e deve funcionar a partir da próxima semana.
"Vamos cobrir quatro quarteirões, com dois seguranças à paisana em cada esquina, equipados com walkie-talkies, carros e armas", afirma Waldigario Machado, 40, dono do Barbaru's, um dos bares da rua.
"Se alguém leva R$ 7.000, R$ 8.000, dá para recuperar. Mas no Bodega, os donos não perderam R$ 10 mil. Perderam duas vidas e R$ 600 mil, que é o valor do bar, agora fechado."
Luiz Claudio de Souza, 33, responsável pela implantação do sistema no trecho da rua, diz que a segurança externa começou a ser adotada recentemente por casas de bingo.
"Tem que ter segurança fora para ver quem está entrando e saindo. O segurança interno é muito manjado", afirma o ex-sargento da Rota, que hoje trabalha também com aviação.
Vítima experiente
A auxiliar administrativa Cláudia Frediani, 22, já fez de tudo para evitar assalto: usou relógio na mão direita, deixou de sair em horários perigosos e até brigou com ladrão de bolsas.
Mesmo assim, contabiliza cinco assaltos em três cidades diferentes. "O pior foi quando um garoto colocou um canivete no pescoço de uma amiga, dentro do carro. Fiquei nervosa e tive um princípio de derrame, fiquei paralisada."
Ela diz que pensa em comprar uma máquina que dá descargas elétricas para se defender. "Ainda não me decidi."
Arma de brinquedo
A tradutora Maria Cláudia Paroni, 30, afirma que quer comprar uma arma de brinquedo para "amedrontar os bandidos".
Assustada por ter sido assaltada na porta de sua casa uma vez, ela também tem planos de começar a aprender uma luta. "Estou pensando em aprender caratê."
Já Marta Nunes, amiga de Maria Cláudia, afirma que nunca compraria uma arma, nem que fosse de brinquedo.
"Acho perigoso, por isso nunca teria nenhum tipo de arma", afirma.
(RV e LM)

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