São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Clubes rejeitam cifra e criticam projeto

HUMBERTO SACCOMANDI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dirigentes de clubes brasileiros ouvidos pela Folha discordaram dos números da dívida obtidos junto ao INSS e à CEF.
Eles também criticaram a proposta do ministro da Previdência Social, Reinhold Stephanes, de aumentar a carga tributária das agremiações de futebol.
Fábio Koff, presidente do Grêmio (RS) e do clube dos 13, associação que reúne os principais times do país, disse que seu clube deve cerca de R$ 2,5 milhões ao INSS, e não R$ 4,3 milhões.
"Esses valores não estão certos. Estão sendo contestados na Justiça, negociados", disse.
Ainda segundo Koff, a Caixa Econômica Federal não faz um acompanhamento atualizado do saldo do fundo de garantia.
"É comum quitarmos tudo ao final do contrato com os jogadores", afirmou.
Flamengo, Corinthians e São Paulo também contestaram os valores levantados no INSS.
Sylvio de Barros, diretor de Planejamento e Controle do São Paulo, ressaltou que a maior parte da dívida de seu clube com o INSS diz respeito ao bingo.
O departamento jurídico são-paulino argumenta que cabe ao administrador do bingo pagar o valor devido.
Os dirigentes temem uma nova onda de inadimplência caso aumente o imposto no futebol.
"Isso é brincadeira, é sandice. Temos dificuldade de pagar do jeito que está agora. Se aumentar, vamos fechar", disse Michel Assef, diretor de Relações Externas do Flamengo.
Joacir Scremin, presidente do Criciúma, único clube do Campeonato Brasileiro sem dívida de INSS e FGTS, concorda.
"O Criciúma não é financiado pela Previdência. Se alguém é, não deveria ser. Mas já estamos apertados do jeito que está. Se aumentarem os impostos, vai ficar difícil", disse.
Para Koff, é natural que o governo queira aumentar a arrecadação junto aos clubes, já que está elevando impostos em geral.

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