São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996 |
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Ministério do Trabalho não fiscaliza clube
VIVALDO DE SOUSA
Questionada pela Folha na última quinta-feira, a coordenadora de fiscalização do trabalho, Tânia Mara Costa, disse que iria mandar os fiscais aos clubes assim que a reportagem fosse publicada. "Não temos nenhuma fiscalização específica para os clubes de futebol. Estamos no meio de uma campanha nacional de fiscalização e eles podem ser incluidos", afirmou Mara Costa. A arrecadação do FGTS no mês passado atingiu R$ 953 milhões. Isso representou um aumento de 17% em relação ao mesmo período do ano passado. O ministério fiscalizou 190.575 empresas entre abril e julho deste ano, equivalentes a 4 milhões de empregados. Apesar disso, 12 mil empresas ainda continuam em débito com o FGTS, e outras 21 mil, em débito com a Previdência Social. "A fiscalização é feita onde há indícios de potencial de sonegação e com base em informações cruzadas entre o ministério e a CEF (Caixa Econômica Federal)", disse Mara Costa. Segundo a coordenadora, as empresas são inicialmente notificadas para comparecer a uma delegacia regional do ministério e regularizar sua situação. A cobrança judicial só é iniciada se o representante da empresa não comparecer. No caso das dívidas dos clubes que disputam o Campeonato Brasileiro, eles já foram notificados. É a primeira etapa da cobrança. "A dívida é com o trabalhador, pois o dinheiro é dele, e com o governo, pois entram menos recursos para usar em habitação, saneamento e infra-estrutura", disse ela. A Folha procurou a diretoria da CEF para falar sobre as dívidas dos clubes de futebol. A assessoria de imprensa informou que a fiscalização é feita pelo ministério. As empresas e clubes em débito com o FGTS pagam multa de 20% sobre o valor devido, correção monetária com base em índice de atualização divulgado mensalmente e 3% de juros ao ano. No caso das dívidas em atraso com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o custo é juros de 1% ao mês mais multa de 10%. (VS) Texto Anterior: Clubes rejeitam cifra e criticam projeto Próximo Texto: Europa e África disparam rumo a 2004 Índice |
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