São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Europa e África disparam rumo a 2004

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a esperança de receber a Olimpíada de 2004, o Rio de Janeiro se prepara para uma eleição em dois turnos, com dez adversários e 21 meses de campanha.
Mas a tarefa é ainda mais difícil do que aparenta.
Roma (Itália), Estocolmo (Suécia) e Cidade do Cabo (África do Sul) já saíram à frente na corrida eleitoral, recebendo acenos e sorrisos de vários integrantes do Comitê Olímpico Internacional, entre eles seu presidente, o espanhol Juan Antonio Samaranch.
Além desses favoritos, estão na disputa Sevilha (Espanha), São Petersburgo (Rússia), Lille (França), Atenas (Grécia), Istambul (Turquia), San Juan (Porto Rico) e Buenos Aires (Argentina).
Todas fazem suas promessas: segurança total, sistema de comunicação perfeito, transporte impecável, preocupação ecológica, vila olímpica cinco estrelas e multiplicação dos bilhões de dólares que forem investidos.
A maioria planeja criar ou ampliar redes de metrô e reaproveitar as obras esportivas no cotidiano futuro da cidade.
Todas as cidades também ostentam seus padrinhos eleitorais.
Os mais fortes estão com Roma (Primo Nebiolo, todo-poderoso dirigente do atletismo mundial), Cidade do Cabo (o presidente Nelson Mandela e o reverendo Desmond Tutu) e Rio de Janeiro (o ministro Pelé e o presidente da Fifa, João Havelange).
Zebras
Os azarões da disputa esperam que se repitam os acontecimentos na escolha de 1996, quando Atenas era a favorita e perdeu para Atlanta, fortalecida pelo apoio de multinacionais norte-americanas.
Mas já há alguns candidatos mostrando sinais de cansaço, como Buenos Aires e San Juan.
"Planejamos para que Porto Rico seja uma sede olímpica. Se não acontecer em 2004, se realizará no futuro", já admite o governador local, Pedro Rosselló.
Francisco Mayorga, presidente de Buenos Aires-2004, reconheceu que as chances argentinas são pequenas. "Esta é uma aventura complexa e difícil."
Mesmo assim, os azarões tentam sair do bloco intermediário. O Rio tratou de apresentar um orçamento de R$ 4 bilhões, bem acima da contabilidade dos adversários.
A francesa Lille convidou a inglesa Kent para abrigar alguns dos eventos, para, assim, atrair os britânicos, fracassados nas campanhas para sede de 1996 e 2000.
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Já em janeiro, quando foram oficializadas as candidaturas, a campanha começou agitada.
Durante a Olimpíada deste ano, as candidatas instalaram locais de promoção em Atlanta, distribuindo brochuras, vídeos, pôsteres e comida típica para dirigentes esportivos, jornalistas e turistas.
Quase todas já montaram páginas próprias na Internet (somente Istambul, São Petersburgo e Buenos Aires não possuem).
Outra estratégia comum é superconcentrar eventos esportivos em seus domínios, para conseguir visibilidade mundial.

LEIA MAIS sobre a Olimpíada-2004 na pág. 4-11

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