São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Crises caíram para 4 ao mês

MARISTELA DO VALLE
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Marina Strazer, 5, ficou sem chorar por um ano, a partir dos nove meses de idade, porque tomava quatro remédios por dia para controlar as convulsões epiléticas. "Ela ficava dormindo quase o dia todo", diz a mãe, Angela Strazer. Apesar das drogas, Marina tinha cerca de 40 convulsões por dia.
Ela foi a primeira criança a começar a dieta cetogênica no Hospital das Clínicas, há três anos, quando tinha um ano e nove meses. Hoje, Marina tem em média quatro convulsões por mês.
A mãe conta que ela começou a andar e a falar depois do início da dieta. "Marina tem uma vida muito mais saudável."
Rodrigo Rofner, de um ano e nove meses, também melhorou após começar a fazer a dieta. "Um mês antes de ele começar, tinha uma crise a cada dois minutos. Rodrigo tinha 30 crises em uma hora", conta a mãe, Maria Berazzolo.
Desde que começou o tratamento, em novembro de 1995, ele nunca mais teve crises.
A epilepsia do garoto se manifestava por meio de crises de ausência. Aos cinco meses, Rodrigo já tomava três medicamentos.
Ele era indiferente a tudo e nunca chorava. "Quando começou a dieta, já havia passado por seis neurologistas, mas os medicamentos não funcionavam".
Berazzolo contou com a compreensão da família para ajudar o filho a fazer a dieta. "Depois de tanto sofrimento, a dieta foi a nossa tábua de salvação."
Marina também faz o tratamento com estímulo da família. Nas festinhas de aniversário, a irmã Marcela, 9, não deixa ninguém lhe dar brigadeiro.
Mas para montar um cardápio para a dieta, "é preciso ser meio artista", comenta Strazer. Ela está montando uma associação de pais de crianças que fazem a dieta cetogênica. "A função da associação é trocar dicas de cardápios e dar apoio psicológico", afirma.

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