São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996
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Grupo católico lucra US$ 10 mi com filme

The Wall Street Journal
de Nova York

DE NOVA YORK

A Liga do Sagrado Coração é uma organização católica que faz trabalhos de caridade no delta do Mississippi, região que já foi chamada por Jesse Jackson de "a Etiópia dos EUA", diz o jornal.
Tradicionalmente, a liga obtinha sua receita de doações e da venda de imagens de Jesus para colocar no painel do carro com os dizeres: "Dirija com cuidado". Foi quando o atual diretor, Roger Courts, decidiu experimentar uma outra maneira de aumentar a receita, que no ano passado foi de US$ 21 milhões: fazer um filme.
A idéia de Courts era fazer um filme que "mostrasse os valores judaico-cristãos", explicou ele.
Vencidas as barreiras internas ao projeto, a Liga do Sagrado Coração começou a procurar alguém para fazer o roteiro. Pediu a Warren Stitt, produtor de TV da Califórnia que fazia os comerciais da liga, que arranjasse alguém. Stitt recebeu 150 roteiros de agentes literários de todo o país, mas nada se adaptava ao projeto da liga, disse o "Journal".
Um dia, quase desistindo, segundo o diário, Stitt perguntou casualmente a um cliente se conhecia algum escritor. O cliente sugeriu o nome de Lee David Zlotoff, roteirista da série de TV "Hill Street Blues" e criador de McGyver.
"Eu não sou um pouco judeu. Sou muito judeu. Nós celebramos o sabá toda sexta-feira", disse ZLotoff ao ser convidado. Ele entregou um roteiro 25 dias depois.
A história foi filmada em 38 dias. Acabou custando US$ 6,1 milhões, 50% mais do que o esperado, diz o "Journal". Em parte por causa da contratação de James Horner para fazer a trilha sonora. Foi ele que compôs as trilhas de "Apollo 13" e "Coração Valente". Todos os profissionais cobraram uma parcela de seu preço normal, diz o jornal.
O filme acabou sendo o favorito do público no Sundance Film Festival, mesma premiação que catapultou "Sexo, Mentiras e Videotape" para o sucesso há alguns anos.
Um executivo da Castle Rock aconselhou sua empresa a distribuí-lo. A Liga recebeu US$ 10 milhões pelos direitos de distribuição do filme, que será lançado nos EUA neste mês, diz o "WSJ".

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