São Paulo, domingo, 18 de agosto de 1996 |
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ASSIM É, SE LHE PARECE Desde o início das campanhas municipais ficou bastante claro que haveria, simultânea ainda que implicitamente, também uma disputa no campo da propaganda eleitoral. Aliás, tem sido assim não apenas no Brasil, mas em outros países, sobretudo nos Estados Unidos. O que não existe, entretanto, é uma receita pronta. Sem entrar no mérito das posições ideológicas ou das propostas de cada candidato, parece evidente que a arrancada de Celso Pitta nas últimas semanas deve muito a uma estratégia publicitária não apenas vitoriosa (dizê-lo é afirmar o óbvio), mas clara. A questão é relevante e ganhou didática evidência a partir das reações dos outros candidatos ao cargo: entrou na ordem do dia rever, não o programa ou as alianças, mas o próprio estilo da propaganda. No PT, a substituição da tradição crítica e engajada por uma nova imagem positiva e mais neutra gerou tal polêmica interna que, afinal, resultou na demissão do publicitário responsável. Nas fileiras do candidato Rossi, o grau de envolvimento de "Deus" na campanha tornou-se uma questão fundamental. Os eleitores, aparentemente, ao mesmo tempo causam e refletem as guinadas de estilo e o maior ou menor sucesso de cada candidatura. A eleição se parece cada vez mais com uma operação de lançamento de produtos que, não sendo propriamente novos, vão trocando de embalagem ao sabor das pesquisas de mercado. Em algum lugar da consciência coletiva ou da memória social talvez se esteja delineando uma opção autenticamente política. Enquanto isso, os publicitários transformam-se em coadjuvantes cruciais da campanha. Texto Anterior: PREOCUPAÇÃO ELEITORAL Próximo Texto: O exército de miseráveis Índice |
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