São Paulo, segunda-feira, 19 de agosto de 1996
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Cantores da MPB ganham coleção

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REDAÇÃO

Lá fora é praxe, mas aqui é coisa rara. A PolyGram está lançando a série "Disco de Ouro", de 40 CDs (20 nacionais e 20 internacionais) que serão vendidos a um preço médio de R$ 12.
Apenas sete são inéditos em CD, o que marca outra diferença do mercado fonográfico nacional em relação ao mundial. Aqui, discos são lançados em CD e logo depois saem de catálogo, para serem relançados conforme a vontade das gravadoras. Lá fora, em geral, eles ficam para sempre em catálogo.
A situação se agrava porque menos de um quarto do pacote é realmente relevante. Pelo menos, desses, alguns são mesmo importantes. O destaque maior é "Fatal", disco ao vivo de 1971 de Gal Costa. Má notícia: a PolyGram deu exclusividade às Lojas Americanas e o exemplar já está esgotado.
Aí vem Luiz Melodia, com "Pérola Negra"(1973), clássico que ele gravou após ser revelado por Gal, justamente em "Fatal".
Entre os inéditos em CD, o destaque é "Só Nos Resta Viver" (1980), que mostra o sensacional início de carreira de Angela Ro Ro. Nessa leva de inéditos, mas não tão brilhantes, estão "Ideologia" (Cazuza, 1988), "Cavalo de Pau" (Alceu Valença, 1982), "Asa Morena" (Zizi Possi, 1982).
Maria Bethânia volta com o clássico "Negue", em "Álibi" (1978), Chico Buarque tem relançado um de seus clássicos, "Construção" (1971), Marina, um de seus melhores trabalhos, "Todas ao Vivo" (1986), Tom Jobim, um de seus últimos produtos, "Passarim" (1986), e Cássia Eller, sua estréia em disco, de 1990.
Completam o pacote nacional discos menos relevantes de Caetano Veloso ("Totalmente Demais", 1986), Elis Regina ("Falso Brilhante", 1976), João Bosco ("100ª Apresentação", 1983), além de trabalhos de Ivan Lins, Leila Pinheiro, Fagner, Raul Seixas, Chitãozinho e Xororó.
Internacionais
No front internacional, a coisa é pior. Salvam-se "Talking Book" (1972), um dos ápices da carreira de Stevie Wonder -já relançado várias vezes-, "Brotherhood" (1986), um dos auges do New Order, e "Horizon" (1976), clássico kitsch da dupla Carpenters.
Daí, a coisa cai do suportável -"Kaya" (1978), de Bob Marley, "Boy" (1980), do U2, "Who's Next", do The Who- ao insuportável, com babas de Sting, Dire Straits, Elton John, Eric Clapton, Tears for Fears, Supertramp, Peter Frampton, Rod Stewart, Vangelis, INXS, Bon Jovi, Kiss e Rush.
Certamente, a PolyGram tem em seus arquivos centenas de discos muito melhores que 95% do tal pacote "de ouro". Questão de gosto.

Série:"Disco de Ouro" (40 CDs)
Lançamento: PolyGram
Preço: R$ 12, o CD, em média

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