São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 1996 |
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Crediário 'curto' tem juro mais elevado
DA REDAÇÃO Financiamentos ao consumidor com prazo de até seis meses cobram taxas de juros superiores ao de planos mais dilatados, de 18 e 24 meses.A constatação é de pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), feita em julho com base em anúncios dos principais jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Nos financiamentos em até seis vezes, a taxa média atingiu 11,7% ao mês, ou 280,51% ao ano, observou a pesquisa. Já num crediário prevendo 12 pagamentos o juro médio foi de 8,45% ao mês (137,91% ao ano); de 18 prestações, 9,55% (173,62%); e de 24 vezes, 9,94% (208,07%). Custo do prazo Apesar de nominalmente mais baixas, qualquer dessas taxas em prazos mais dilatados é absurdamente alta se for considerada a inflação, afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac e coordenador da pesquisa. A inflação esperada para este ano está entre 12% e 15%, lembra Ribeiro, e em todos os tipos de planos que existem no mercado as diferenças de taxas são superiores a 1.000%. Os juros mais elevados, segundo ele, são praticados nos financiamentos feitos por meio de cheques pré-datados, com uma entrada e dois ou três cheques com vencimento futuro. O maior absurdo foi verificado na venda de perfume, na pesquisa de abril da entidade. O produto custava R$ 22,00 à vista ou dois cheques de R$ 13,00. Optando pelo parcelamento, o consumidor pagou 44,44% de juros, pois desembolsou R$ 13,00 (do segundo cheque) por uma diferença de R$ 9,00 (R$ 22,00 menos R$ 13,00). Distorções A diferença de apenas um mês num financiamento longo também é relativamente grande, diz Ribeiro. Um videocassete anunciado por R$ 460,00 à vista era também oferecido em 23 parcelas de R$ 44,80 ou em 24 de R$ 38,46. Nos dois casos a primeira parcela é paga como entrada, no ato da compra. No plano de 23 meses, o juro atinge 9,25% ao mês, ou 189,07% ao ano. No de 24 parcelas, o juro cai para 7,33%, taxa equivalente a 133,73% ao ano. Ribeiro afirma que as pesquisas da Anefac também têm observado taxas de juros superiores às declaradas; preços à vista e a prazo iguais -embutindo juros, portanto, na primeira opção; e omissão de informação quanto ao juro que será pago. A quase totalidade dos anúncios, diz o vice-presidente da Anefac, apresenta distorções entre as taxas informadas ao público e as efetivamente cobradas nos financiamentos. Texto Anterior: Preconceito no mercado é passado, diz 'headhunter' Próximo Texto: Confira sua aplicação Índice |
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