São Paulo, segunda-feira, 26 de agosto de 1996 |
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Muito pouco
VALDO CRUZ Brasília -No final do ano passado, quando o governo estava debaixo de fogo cruzado por causa da política econômica recessiva, a equipe econômica garantiu: o país cresceria 4% em 1996.Um crescimento de 4% neste ano representaria apenas repetir o desempenho de 95, quando o PIB brasileiro -soma das riquezas produzidas no país- subiu 4,2%. Mas era um sinal alentador para uma economia que, no último semestre do ano passado, vivia um clima recessivo. Depois, o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso veio a público, em junho passado, dizer que o país naquele momento estava crescendo num ritmo de 4%. No final de 96, estaria numa velocidade de 6%. Agora, o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga os últimos números e previsões para este ano. Os dados do órgão governamental indicam que as promessas, mais uma vez, não serão cumpridas. Segundo o IBGE, o país ficou praticamente estagnado nos primeiros seis meses do ano, crescendo parcos 0,02%. A estimativa é que ocorra uma recuperação no segundo semestre, quando o país cresceria 5,02%. Mesmo assim, com esse salto no último semestre, o PIB brasileiro registraria um crescimento de 2,6% neste ano, longe dos 4% prometidos para rebater críticas. Muito pouco para um país que vem patinando nos últimos anos. Aí está o grande teste do governo Fernando Henrique nos seus dois últimos anos. Garantir um crescimento que possa resgatar ou, pelo menos, amenizar a imensa dívida social brasileira, estimada por técnicos do próprio governo em R$ 80 bilhões. De olho na reeleição, FHC e sua equipe com certeza estão planejamento atingir esse objetivo. Afinal, desta vez, inflação baixa apenas não será suficiente para viabilizar o projeto político dos tucanos. Basta ver o resultado da pesquisa do Datafolha na cidade de São Paulo. Hoje, Paulo Maluf venceria FHC entre os paulistanos. Texto Anterior: Ficção real Próximo Texto: A onça e a água Índice |
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